CELULAR DE DEUS E A ORAÇÃO

“Este é o telefone de Deus. No momento, não posso lhe atender. Deixe uma mensagem ou ligue de volta mais tarde e quem sabe Eu lhe que escutarei.”

Esta é a mensagem que se ouve ao ligar para um número de celular na Holanda. Este serviço funcionará por seis meses. O artista que criou quer comparar um ritual tradicional - a oração - com outro ritual moderno - fazer uma ligação por telefone. O criador da campanha escolheu um número de celular porque se encaixa com a idéia de um Deus que sempre está disponível. Os jornais de lá noticiam que a linha recebe um “mar de chamadas”.

Você ora  com a mesma freqüência com que faz ligações telefônicas? Já vi pessoas considerarem mais sagrados os conselhos que recebem de alguém através do telefone do que a orientação que recebem de Deus através de Sua Palavra em oração.

A oração é mais que um gesto de devoção. A oração é a expressão da comunicação viva entre o Criador e a criatura. A oração como comunicação entre Criador e criatura resulta em intimidade e santidade. Por isso, a oração é mais eficaz que uma chamada de celular.

Muita gente tem orações respondidas, mas o senso da intimidade com Deus não acontece, não é real. Ter os pedidos atendidos, muitos tem, mas a intimidade com o Senhor Deus é para quem busca por Ele e não pelos seus favores (Salmo 25: 14).

Quando suas orações são poucas, quando suas orações não são respondidas com intimidade, não deixe para depois. Reconheça a falta de intimidade com Deus, oriente-se por Jesus e descobrirá que Deus não está ocupado ou surdo as suas orações, pois os seus pecados foram perdoados. Se quiser saber mais faça contato: Nextel  (19) 78307305  ID-37*112549

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Conheça a Janela 10x40PDFImprimirE-mail

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Escrito por jldeveloper   
Sáb, 17 de Abril de 2010 10:53
JANELA 10/40 é uma faixa da terra que se estende do Oeste da África, passa pelo Oriente Médio e vai até a Ásia. A partir da linha do equador, subindo forma um retângulo entre os graus 10 e 40. A esse retângulo denomina-se JANELA 10/40.


Calcula-se que até hoje menos da metade da população mundial com as suas etnias e línguas tenham sido confrontadas com o evangelho. A outra parte, com sua maioria absoluta na Janela 10/40, representa uma grande multidão de cerca de 3,2 bilhões de pessoas que ainda são objetos dos empreendimentos missionários do povo de Deus.

Os países com as maiores populações não cristãs são: CHINA, ÍNDIA, INDONÉSIA, JAPÃO, BANGLADESH, PAQUISTÃO, NIGÉRIA, TURQUIA e IRÃ, todos na Janela 10/40.

Devido a estes fatos, torna-se primordial para nós, cristãos, neste novo milênio, focalizar nossos recursos, sejam espirituais, financeiros ou sociais, sobre o necessitado povo que vive na Janela 10/40.

Se desejamos mudar este quadro, devemos considerar alguns fatos de muita importância:

- O significado Bíblico e histórico

- O domínio do islamismo, do hinduismo e do budismo

- A pobreza acentuada

- A diversidade de línguas e culturas

- A concentração de seitas diabólicas

Países que formam a Janela 10/40

ORIENTE MÉDIO – 21 PAÍSES

Arábia Saudita, Argélia, Catar, Egito, Emirados Árabes Unidos, Iêmen, Irã, Iraque, Israel, Palestina, Jordânia, Kuweit, Líbano, Líbia, Marrocos, Mauritânia, Omã, Síria, Sudão, Tunísia e Turquia.

ÁFRICA – 12 PAÍSES

Benin, Burkina, Cabo Verde, Chade, Djibuti, Etiópia, Gâmbia, Guiné, Guiné-Bissau, Mali, Níger e Senegal.

ÁSIA – 21 PAÍSES

Afeganistão, Bangladesh, Barein, Butão, Camboja, China, Coréia do Sul, Coréia do Norte, Filipinas, Índia, Japão, Laos, Malásia, Maldivas, Mongólia, Nepal, Paquistão, Sri Lanka, Tailândia, Taiwan (Formosa) e Vietnã.

EURÁSIA – 3 PAÍSES

Cazaquistão, Turcomênia e Tadjiquistão.

EUROPA – 4 PAÍSES

Albânia, Chipre, Gibraltar e Grécia.

Nem todos os crentes sabem que no mundo ainda há povos completamente ignorantes da existência de Jesus Cristo e seu plano redentor. Poucos se importam em saber que hoje no oriente há cristãos presos e sendo torturados por causa de sua fé. Quantos têm um programa intensivo de oração pelos povos não alcançados pelo evangelho? Saber que há povos cometendo suicídios e guerras, por falta de esperança ou fanatismo, não é um assunto que interessa a todos os cristãos.

Os cristãos no mundo estão direcionando apenas 1,2% do seu fundo missionário e de seus missionários estrangeiros para bilhões de pessoas que vivem no mundo evangelizado.

No mundo ainda há dezenas de país com suas portas total ou parcialmente fechadas à entrada de missionários.

Há 28 países muçulmanos (sem incluir seis da antiga união soviética), 7 nações budistas, 3 Marxistas e 2 países hindus, formando o maior aglomerado de povos não alcançados.

Porque evangelizar os povos da Janela 10/40

- Porque ali vive o maior número de povos não alcançados pelo evangelho. Cobre 1/3 total do planeta e representa 2/3 da população do mundo. São cerca de 3,2 bilhões de - pessoas em 61 países.

- Porque ali está a maioria dos seguidores das 3 maiores religiões do mundo: Islamismo, Budismo e Hinduismo.

- Porque de cada 10 pobres na terra, 8 estão nessa região.

- Porque dos 50 países menos evangelizados do mundo 37 estão nessa área.

- Porque as maiores Capitais do mundo estão nessa região.

De acordo com os missiólogos, há diversidades no número de povos não alcançados pelo evangelho hoje. Para Ralph Winter, há 17 mil povos não alcançados e 12 mil línguas. David Barrete declara que são 11 mil o número total de povos não alcançados. Bob Waymire também arrola 11 mil povos diferentes no mundo. Patrick Johnstone avalia em 12.017 o total de povos não alcançados em todo o mundo. Subtraindo desse número os povos entre os quais há cristãos, missionários de fora e autóctones, restam apenas 1.200 povos a serem alcançados. Em sua perspectiva, 99% da população do mundo serão cobertos, inteiramente, com a mensagem do evangelho se ela for transmitida, no máximo, entre 400 e 500 línguas diferentes.

Então concluímos que missões, ainda não é um assunto sério para muitas igrejas. Enquanto templos são enfeitados e grande parte do tempo é utilizada para inúmeros programas, missões é ocasional, ainda não é assunto íntimo.
O Mundo dos povos não alcançados
Segundo alguns estudiosos, temos aqui algumas estatísticas:

- Cada hora 10.700 crianças nascem e morrem sem escutar as Boas Novas em países da Janela 10/40;

- Cada hora de esforço missionário resulta em 9.800 pessoas escutando o evangelho pela primeira vez;

- O resultado é a redução no mundo não evangelizado de 500 pessoas a cada hora, ou pouco mais que 4 milhões de pessoas por ano.

- 9 em cada 10 países mais pobres do mundo estão na África e 8 destes são parte do mundo menos evangelizado.


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Jesus e Mulher Adultera


Era muito difícil a posição da mulher na cultura judaicado primeiro século.

A mulher judia, mesmo que pertencesse a uma família rica, estava situada em um patamar inferior na sociedade.

As mulheres e os não circuncidados, não podiam participar do templo. Estavam fora do contexto religioso mais importante do judaísmo.
Um bom judeu, cuidadoso da lei e dos profetas, deveria começar o dia recitando três bençãos diárias, que constavam no Talmud da Babilônia, presentes no Tratado "Menachot". Abaixo, leia um trecho de uma dessas citações.
"Bendito sejas Tu, Eterno, nosso Deus, Rei do Universo que não me fizeste mulher". Tratado Menachot.

O Papel das Mulheres no Primeiro Século

Os estudiosos do Talmud, interpretavam o texto "Toda a glória da filha do rei na sua casa" (Salmo 45:14), sob a óptica de que uma mulher de honra, deveria estar sempre em sua casa, cuidando do lar e de sua função de ter filhos.
A mulher deveria se dedicar quase que exclusivamente ao marido. Era considerada como incapaz de se ocupar com tarefas sérias ou importantes.
Elas pertenciam a seus maridos e a seus filhos. Assim a mulher passava de objeto de posse dos pais, para o marido e filhos.
Subjugada e subestimada. Por pouca coisa, uma mulher poderia ser repudiada.Jesus e a mulher adulteraJesus e a Mulher Adúltera

A Mulher Adúltera é conduzida até Jesus

"E os escribas e fariseus trouxeram-lhe uma mulher apanhada em adultério; E, pondo-a no meio, disseram-lhe: Mestre, esta mulher foi apanhada, no próprio ato, adulterando". João 8:3-4
Assim, neste fato narrado no livro de João 8, vemos que somente a mulher adúltera é trazida ao mestre, para ser julgada. Desta forma, os fariseus começaram a sua hipócrita e machista tentativa de induzir Jesus ao erro. A lei exigia que o casal adúltero fosse apresentado. Onde estava o homem que com ela cometeu tal pecado?
"Também o homem que adulterar com a mulher de outro, havendo adulterado com a mulher do seu próximo, certamente morrerá o adúltero e a adúltera." Levítico 20:10
Jesus sabia que para aquela geração corrupta, a vida daquela mulher não tinha valor algum. Ninguém se importava com as condições que a levaram àquele pecado. O que faria com que uma mulher, sabendo que a pena capital de morte seria aplicada, em caso de ser pega em flagrante adultério e, ainda assim, cometesse tal ato?

Promessas e Abandono

O medo do repúdio e do estigma, assombravam as mulheres do primeiro século. Era um certificado de péssima esposa. Qual homem, decente, com posses e considerado casaria com uma repudiada?
O repúdio, para a mulher, mesmo que legalizado, era quase que ser "jogada no vento". Assim alguns homens judeus da época, usavam e consumiam a juventude de suas mulheres. Quando já não suportavam mais, repudiavam-na por qualquer motivo e procuravam outra mulher mais nova.
Por isso, mesmo com amargura no olhar e sofrimento no rosto, o medo fazia com que uma mulher desprezada por seu marido, já sem receber a devida atenção e carinho, continuasse a suportar o casamento.
Ninguém sabe quais foram as promessas que o homem adúltero fez para aquela mulher. Muitas vezes palavras doces e bonitas, tudo que não ouvia em casa, carinho, atenção e cuidado que seu marido já não mais a dedicava.
O coração falou mais forte, entregou-se ao que parecia uma paixão, enganou-se num amor que nunca tinha vivido de verdade.
E ali ela estava diante de Jesus. Abandonada, envergonhada, desiludida, enganada e xingada por todos aqueles homens insensíveis, próxima da morte. Vítima da vida. Quanta incompreensão.Jesus e a mulher adultera pecadoraA Mulher Adúltera. Vai e Não Peques Mais

O Amor de Deus Perdoa

O grande mestre que tudo discernia, abaixou-se a escrever no solo, dando tempo para que aqueles homens refletissem suas atitudes. Jesus estava dando tempo para que eles examinassem suas consciências primeiro.
"Jesus, inclinando-se, escrevia com o dedo na terra." João 8:6
Um cego não pode guiar outro cego. Quantas vezes aqueles homens tinham desejado a mulher do próximo. Quantos adúlteros não estavam entre eles?
"Eu, porém, vos digo, que qualquer que atentar numa mulher para a cobiçar, já em seu coração cometeu adultério com ela." Mateus 5:28
"E, como insistissem, perguntando-lhe, endireitou-se, e disse-lhes: Aquele que de entre vós está sem pecado seja o primeiro que atire pedra contra ela." João 8:7
Que grande ensinamento! Aquela mulher pôde experimentar do grande amor de Cristo. Em sua íntima compaixão, Deus se importa com cada detalhe de nossas vidas. Ele sabe as dificuldades que cada um de nós enfrentamos. Inclusive na área sentimental.
E, endireitando-se Jesus, e não vendo ninguém mais do que a mulher, disse-lhe: Mulher, onde estão aqueles teus acusadores? Ninguém te condenou? João 8:10
E ela disse: Ninguém, Senhor. E disse-lhe Jesus: Nem eu também te condeno; vai-te, e não peques mais. João 8:11
Esta era a graça de Deus derramada por seu filho Jesus. Perdão sem cobrar nada por isso. Prova que Deus conhece e entende as dificuldades humanas.
Todos somos iguais. Todos pecaram, porém alguns insistem em pensar que são mais santos ou melhores que outros. Jesus nos ensina que devemos amar a todos. E perdoar. Se acharmos alguém em dificuldade espiritual, não devemos condená-lo. Devemos experimentar a força do perdão, com união e simplicidade de coração. Deus abençoe!
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Sifrá e Puá Você Conhece?


Possivelmente estas duas senhoras não são as mais conhecidas personagens das Escrituras! Para ser honesto, se alguém tivesse me perguntado ontem quem eram, teria dificuldade em lembrar delas! Contudo, lendo este trecho hoje fiquei muito impressionado com o que Deus disse sobre elas. Sifrá e Puá eram as duas principais parteiras hebréias no Egito, nos tempos antes do nascimento de Moises. Não sabemos muito sobre elas, mas o nome Sifrá significa "beleza", e Puá significa "esplêndida". De fato, deixam um lindo e esplêndido exemplo para nós.Podemos deduzir que eram ainda solteiras, pelo fato que depois disto Deus lhes concedeu famílias (v.21). A SUA FIDELIDADE (vv.15-17): Em primeiro lugar notamos a sua atitude quando chegou a ordem do cruel Faraó, para matar os meninos novos nascidos Podemos imaginar tais mulheres conversando logo depois da chegada desta ordem, e decidindo resolutamente ignora-la por causa do seu temor a Deus e fé Nele. Nesta decisão arriscaram suas vidas, pois este Faraó era homem cruel e sem misericórdia para com o povo de Deus. Se a ordem era matar crianças inocentes, como não mataria hebréias desobedientes? Contudo, foi uma grande provação da sua fé em Deus, pois estavam decididas a temerem mais o Senhor do que o rei. É fácil dizer que confiamos no Senhor, mas numa hora desta como agiríamos? Lembramos também de Daniel e seus três amigos, enfrentando a morte sem cederem a seus princípios e fé em Deus. Foi devido a esta atitude de fidelidade até à morte que todas estas pessoas têm menção honrável na Palavra de Deus como heróis da fé ( Hebr.11:33-34). Mais tarde, a igreja em Esmirna, enfrentando grande perseguição, recebeu uma palavra do Senhor, dizendo: " Sê fiel até à morte e dar-te-ei a coroa de vida" ( Apoc.2:10). O Senhor Jesus ensinou seus discípulos sobre a necessidade de enfrentar a perseguição e morte com fé e coragem.: " E não temais os que matam o corpo e não podem matar a alma; temei, antes, aquele que pode fazer perecer no inferno a alma e o corpo" (Mat.10:28). É verdade que a coragem de Pedro falhou mais uma vez, mas lembramos como, mais tarde, ele e João lembraram dos ensinos de Cristo, quando ordenados pelas autoridades para ficarem quietos, falaram que iriam obedecer ao Senhor e não os homens (Atos 4:18-20). Em muitos paises hoje a igreja verdadeira está enfrentando perseguição e morte. Vemos o crescimento de religiões fanáticas que querem exterminar o cristianismo e converter o mundo ao seu pensamento e "deus".Se chegar dias de perseguição para nós antes da vinda de Cristo, estamos preparados como Sifrá e Puá? A SUA PERSEVERANÇA (vv.18-19): Mesmo quando o rei descobriu a sua desobediência e as chamou para prestar contas, elas não voltaram para trás a fim de salvar suas vidas. Foi um momento de grande perseverança quando tinham que enfrentar o rei cruel e prestar contas pela sua desobediência.Naquela oportunidade explicaram ao rei, com toda a calma,que as mulheres hebréias eram diferentes em dar à luz das mulheres egípcias,pois antes que as parteiras chegassem, os filhos já haviam nascidos. Sem dúvida esta era uma verdade, mas não era a razão principal. Podemos entender que Deus controlou o rei nesta hora para não condenar à morte Sifrá e Puá, assim como fechou a boca dos leões com Daniel na cova.Com que alegria e louvores as duas mulheres voltaram para casa naquele dia, com o intuito de ajudarem mais meninos a virem ao mundo para servir a Deus. Possivelmente estavam presentes no nascimento de Moises logo depois disto. Às vezes numa provação começamos bem, mostrando coragem e fé, mas com o tempo e pressão perdemos a perseverança e a fé em Deus. Pedro começou bem quando andou nas águas, mas quando lembrou do vento e ondas, tirou seus olhos do Senhor,afundou e terminou aquele dia como "homem de pouca fé"!. Perseverança não é um dom especial que alguns recebem de Deus. É algo que Deus espera de cada um de nós, e ainda deseja cultivar em nós pelas provações que vêm em nossas vidas( Rom.5:3-4; Tiago 1:2-4). Somos perseverantes como Sifrá ¿ A SUA RECOMPENSA (vv.20-21): Deus não é devedor de ninguém e sempre recompensa a fidelidade e perseverança dos seus servos nesta vida e também depois. "Aos que me honram,honrarei" (I Sam.2:30).Além de protege-las das mãos do rei, Deus " fez bem às parteiras; e o povo aumentou e se tornou muito forte"(v.20). Isto mostra que as duas mulheres tinham prazer por ver seu povo crescer e em ser parte nesta grande obra de Deus. Sua parte era particular, não pública, mas de grande importância perante o Senhor para o futuro do seu povo. Ainda hoje, a parte das irmãs na igreja é menos pública que a parte dos homens, mas não é menos importante por isto. Quantas irmãs como Sifrá e Puá servem ao Senhor fielmente em secreto, no lugar de oração, no cuidado dum prédio usado para pregação, nas visitas dos enfermos, etc., para o crescimento do povo de Deus. Seu prazer na vida, como aquelas duas, é ver o Senhor exaltado em pessoas salvas e crescendo espiritualmente. Também lemos que "lhes constituiu família" (v.21).Era o desejo ardente das mulheres hebréias ter sua família para servir ao Senhor. Mesmo vivendo em dias perigosos quando a ordem do rei continuava ameaçando morte aos meninos, estas mulheres tinham prazer, não somente em ajudar no nascimento dos filhos dos outros, mas em produzir nas suas próprias famílias servos de Deus que mais tarde lutariam para vencer Faraó e seus exércitos. Mais tarde Ana também vivia em dias difíceis, mas conseguiu o que desejava, um menino para servir ao Senhor em Silo ( I Sam.1). A "missão de mãe" ainda é um grande trabalho para Deus.Vivemos em dias difíceis e o grande inimigo procura destruir a juventude para o serviço de Deus. As mães têm uma parte muito importante na luta espiritual para combater o trabalho de Satanás. O motivo de ter filhos deve ser que possam servir ao Senhor mais tarde. Os ensinos bíblicos recebidos no lar desde a infância são de grande valor na salvação dos jovens e no serviço deles depois ( I Tim.2:15;II Tim.3:15). Se Deus constituiu-nos família é porque Ele quer que estes jovens sejam parte do seu exército e que sirvam como "flechas" na guerra contra o mal( Salmo 127:3-5). Também os nomes destas duas senhoras estão registrados na Palavra de Deus com honra, e esta Palavra permanece para sempre. Quando os nomes dos grandes homens deste mundo estão esquecidos para sempre, os nomes de Sifrá e Puá serão lembrados. As honreas do mundo valem por pouco tempo.É melhor ser honrado pelo Senhor na sua vinda pelas palavras: "Bem feito, servo bom e fiel". Não duvidamos que Sifrá e Puá também receberão sua recompensa eterna pela fidelidade e perseverança na terra. Já passou a sua luta e estão gozando o descanso eterno.Combateram um bom combate, completaram sua carreira e guardaram a fé, e assim a sua coroa da justiça está guardada (II Tim.4:5,6). Que estas duas poucas conhecidas servas de Deus possam servir em encorajar-nos a continuar fieis na luta até à morte, perseverantes em perigo e recompensados nesta vida e no dia eterno.
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O Terceiro Milagre No Evangelho de João



As festas em Jerusalém: - Pela segunda vez Jesus sobe a Jerusalém, mas desta vez não vai ao templo, mas sim encontrar-se com o povo marginalizado, ou seja, as ovelhas sem pastor. Cura um paralítico. A figura do enfermo representa a massa dos oprimidos, o povo excluído da festa. A festa da Páscoa era também chamada a “festa dos judeus”, como se pode ver na primeira vez que Jesus foi a Jerusalém: - “Estando próxima a Páscoa dos judeus, Jesus subiu a Jerusalém” (Jo 2,13). Aqui no contexto da cura deste paralítico, não se menciona a Páscoa, mas somente a festa dos judeus: - “Algum tempo depois era festa dos judeus e Jesus subiu a Jerusalém” (Jo 5,1). Deduz-se, portanto, que tal festa, seja a da Páscoa. Outras três festas são citadas no evangelho de João: - a festa da Páscoa (Jo 6,4); - a festa das Tendas (Jo 7,2); - a festa da Dedicação (Jo 10,22). O ponto de partida deste milagre é a festa. – “Jesus subiu a Jerusalém”. Era necessário subir muito para chegar ao alto da montanha, onde está localizada a cidade.
A piscina de Betesda: - O episódio começa pela descrição de um ambiente. João alude aqui alguns temas que vão aparecer depois em outras passagens do seu evangelho, especialmente o discurso sobre o bom pastor e as ovelhas (Jo 10). A chamada “Porta das Ovelhas”, bem conhecida de todos em Jerusalém, era por onde entravam os rebanhos na capital e que eram sacrificados no templo. Há uma referência às ovelhas que Jesus expulsou do templo na primeira vez que foi a Jerusalém: - “No templo, encontrou os vendedores de bois, de ovelhas e de pombas e os cambistas em suas bancas” (Jo 2,14). A piscina era dividida ao meio com cinco pórticos, onde afluía grande número de doentes, cegos, coxos e paralíticos que ficavam esperando o movimento da água para entrar dentro. O povo atribuía a esta água um poder terapêutico sobrenatural de cura, com a intervenção de um anjo. Pela resposta do doente se deduz que a água era pouca e só usufruía dela quem entrasse primeiro na piscina. Os cinco pórticos correspondem também a uma realidade histórica. Os pórticos do templo eram o lugar do ensino oficial da Lei de Moisés, que tornava Jerusalém a cidadela do saber teológico-jurídico do judaísmo. Os cinco pórticos são símbolos dos cinco livros da Lei: o Pentateuco.
A multidão enferma: - Quem é o doente? – É um homem paralítico. Não sabemos seu nome, nem sua identidade e muito menos sua nacionalidade, pois ao redor desta piscina reuniam-se pessoas de todas as regiões circunvizinhas. Não tem iniciativa e nem forças para entrar na piscina. Está impedido fisicamente e não é muito desembaraçado mentalmente. Era um inválido que mal podia movimentar-se e que, como aparecerá em seguida, estava prostrado em cama ou maca. Este homem representa a multidão enferma e faminta, a mesma que Jesus terá compaixão e fará a multiplicação de pães e peixes no milagre seguinte (Jo 6,1-15). A cura que Jesus fará não se dirige somente a um indivíduo, mas é sinal de libertação da multidão de marginalizados, miseráveis, submetidos a uma Lei morta e sem vida. Assim, se explica a violenta reação dos dirigentes dos judeus, que no final do relato, pensam em matar Jesus imediatamente, porque o milagre foi realizado no dia de sábado, o que era contrário à Lei.
A iniciativa de Jesus: - João diz que este homem já estava doente há 38 anos. Não sabemos sua idade. Mas o número 38 deve-se interpretar em sua relação com quarenta. Quarenta anos equivaliam a uma geração. No Antigo testamente tal número era usado para indicar um período longo e homogêneo, por exemplo, o de um reinado, ou de um tempo de paz. Também o povo de Deus caminhou quarenta anos pelo deserto, onde morreu toda a geração que saiu do Egito, sem poder chegar à terra prometida. Neste sentido deduz-se que esta doença acompanhava a vida toda deste homem. Está, portanto, no final de sua vida, e é neste momento que Jesus se aproxima dele. A duração dos 38 anos encontra-se em Dt 2,14, indicando o tempo que durou a caminhada do povo eleito, até que toda aquela geração foi extinta da terra. Assim, os 38 anos de enfermidade indicam que o povo está prestes a morrer, assim como estava este paralítico. A situação desta multidão é de quem vai morrer sem ter saído “do deserto”, sem ter conhecida a felicidade que Deus prometia, na pessoa de Jesus. Este paralítico inválido, por sua vez, representa o povo submetido ao pecado e atrofiado em sua miséria. Na realidade, Jerusalém era, já na época de Jesus, um centro de mendigos, que, de mais a mais, se concentrava em torno do templo. Sem mais explicação, encontra-se Jesus no meio da multidão dos enfermos. A multidão que aí está é o retrato de uma cidade marcada pela exclusão social.
Jesus faz a pergunta da vida: - Jesus contempla toda esta realidade presente na capital e eis que fixa seu olhar neste homem paralítico. No meio da multidão se detêm nele e não nos demais. Os sinais da longa enfermidade são visíveis; Jesus dá-se conta de quão avançado está o mal. Então, faz uma pergunta a este homem sem forças e incapaz de movimento e ação. É a chamada pergunta da vida: - “Queres ficar curado?” – A pergunta de Jesus abarca bem mais do que a saúde corporal. Ele quer resgatar a dignidade e a integração interior deste paralítico. Jesus se torna para este homem a única salvação, pois ele não tem família, não tem amigos e não tem ninguém que o ajude. Está no abandono total. Vive na solidão. Ninguém se interessa por ele. Não tem mais nenhuma perspectiva de vida. A desgraça tomou conta. Jesus quer que este homem passe do desânimo para a esperança e assim possa de novo resgatar o sentido de viver.
As resistências deste paralítico: - Mesmo depois que Jesus oferece a possibilidade da cura, este homem fica colocando várias resistências e empecilhos. Não percebe a graça de Deus passando pela sua vida. Prefere a desgraça ao invés da recuperação; prefere a miséria dos seus trapos a recuperar sua dignidade humana; prefere ficar deitado e acomodado a levantar-se e enfrentar os desafios da vida. Não se ajudava para sair desta situação. Esperava tudo pelos outros. Não fazia o mínimo esforço. Uma espécie de inércia o deixava assim. Quem perde a esperança perde tudo. A agitação da água na piscina, portanto, representa a ilusão do povo oprimido de encontrar remédio em agitações populares. É a armadilha de libertação que nunca chega a realizar-se. No tempo de Jesus eram freqüentes as vãs revoltas messiânicas que surgiam na multidão desamparada, sem resultado algum. Colocavam a esperança na força da violência.
A força de levantar-se novamente: - Humanamente falando, este homem não tinha mais força para levantar-se e, o pior de tudo, não queria levantar-se, pois não fazia o mínimo esforço possível. A acomodação degenerativa era total. Apresenta a Jesus todas as impossibilidades. Mas Jesus não se deixa vencer pelas inconsistências presentes. Oferece gratuitamente a cura em três dimensões: - “Levanta-te, toma a tua cama e põe-te a andar”. Jesus lhe dá a saúde e com ela a capacidade de agir por si mesmo, sem depender dos outros. O paralítico pode agora dispor da maca que o mantinha imóvel e pode caminhar aonde quiser. É a palavra de Jesus que cura, dando força e vida nova. Jesus não o levanta, mas capacita-o para que ele mesmo se levante e caminhe. O paralítico estava subjugado e privado da iniciativa própria, agora pode dispor de si mesmo, com plena liberdade para caminhar. De homem inutilizado Jesus o faz um homem livre. É como morto, agora ressuscitado. É uma nova oportunidade de vida.
A cura que gera controvérsia: - Jesus não chama este homem curado para ser “seu discípulo”, mas o deixa livre. Simplesmente o fez homem. Agora libertado das amarras, deve encontrar seu próprio caminho. Libertou-se de um passado que o tornava cada dia mais infeliz. O evangelho de João não diz que ele tenha acreditado. Aliás, Jesus, nem sequer se deu a conhecer a ele. A violação do descanso será a pedra de escândalo para os dirigentes judeus. Jesus não levanta a questão do dia festivo nem pretende fazer polêmica contra eles. Simplesmente usa de sua liberdade e continua sua missão. Para Jesus o que conta é o bem estar do ser humano em qualquer circunstância. Antes ninguém ligava para este infeliz miserável. Se tivesse morrido ninguém ia se importar com ele. Aliás, nem iam perceber sua falta, pois vivia no anonimato, no meio da miséria. Agora, ele se torna o centro das atenções e é percebido, primeiramente, por estar carregando seu leito em dia de sábado. Os dirigentes judeus não estão preocupados com ele e nem com a vida humana, mas com a Lei que mata e escraviza.
A segunda aproximação de Jesus: - Este homem, agora curado, não tem o senso de gratidão no coração. Não sabe agradecer. Não foi educado para as leis do amor. Agora, em Jesus, começa a brilhar o amor de Deus na vida dele. Jesus tinha escapulido. Não busca popularidade, mas somente pretende dar vida plena. Devolve a este paralítico sua força, sem exigir nada dele. O amor é dom gratuito. E pela segunda vez Jesus toma a iniciativa, quando o encontra novamente no templo, agora, porém, curado. Pede a ele para não pecar mais. Para a mentalidade da época, a doença estava associada ao pecado. As trevas não reconhecem a luz.

JESUS E A MULHER SAMARITANA: REPENSANDO VELHOS CONCEITOS



O encontro de Jesus com a mulher samaritana poderia ser descrito como “a vitória do evangelho sobre os preconceitos sócio-culturais”. Os judeus e samaritanos não se entendiam desde os tempos de Oséias, o último rei de Israel.
Tudo começou quando Oséias conspirou contra Salmanasar, rei da Assíria. Samaria, a capital de Israel, foi sitiada pelas tropas assírias por três anos e, posteriormente, seus moradores foram transportados para a Assíria (2 Rs 17.3-6). Isto aconteceu em 722 a.C. Somente os pobres puderam ficar em Israel (cf. Jr 39.10). Logo, vieram também estrangeiros e se estabeleceram na região devastada.
Diz o relato bíblico: “O rei da Assíria trouxe gente de Babilônia, de Cuta, de Hamate e de Serfavaim, e a fez habitar nas cidades de Samaria, em lugar dos filhos de Israel; tomaram posse de Samaria e habitaram nas suas cidades” (2 Rs 17.24). Da mescla com a população que havia ficado, surgiu uma nova raça denominada de samaritanos (nome derivado de Samaria, a metrópole fundada por Onri, pai de Acabe, por volta de 880 a.C.).
No princípio, quando os estrangeiros passaram a habitar em Samaria, eles não temeram ao Senhor; pelo que o Senhor mandou leões invadirem suas terras, os quais mataram a alguns do povo. Com razão atribuíram esta praga à ira de Deus. Então, rogaram ao rei da Assíria que enviasse um sacerdote israelita para lhes ensinar “como servir o Deus da terra”.
E assim aconteceu que um judaísmo adulterado foi enxertado ao culto pagão. Quando uma parte dos judeus voltou à terra de seus pais (principalmente, mas não exclusivamente, parte dos que haviam sido deportados para a Babilônia em 586 a.C.), construiu-se um altar para o holocausto e pos-se os fundamentos do templo, samaritanos zelosos e seus aliados interromperam as obras (Ed 3 e 4). Assim fizeram porque negaram a eles a permissão de cooperar na obra de reconstrução.
Sua petição foi: “Deixa-nos edificar convosco, porque, como vós, buscaremos a vosso Deus, como também já lhe sacrificamos desde os dias de Esar-Hadom, rei da Assíria, que nos fez subir para aqui”. A resposta que receberam foi a seguinte: “Nada tendes conosco na edificação da casa do nosso Deus”. Ao receberem esta dura resposta os samaritanos passaram a odiar os judeus. Logo começaram a construir seu próprio templo no monte Gerizim. Porém, João Hircano, um dos reis macabeus, destruiu este templo em 128 a.C. Os samaritanos, não obstante, continuaram adorando em cima da montanha, onde haviam erigido o templo sagrado.
A aversão dos judeus para com os samaritanos pode ser vista ainda em Jo 8.48 e no livro apócrifo de Eclesiástico 50.25,26.1 E a mesma atitude por parte dos samaritanos em Lc 9.51-53.
1. O historiador judeu Flávio Josefo disse que, por volta do ano 19 d.C., um grupo de samaritanos entrou no templo de Jerusalém e espalhou ossos humanos sobre o altar, profanando o santuário e acirrando contra si o ódio judaico. Este ato causou revolta e indignação por parte de todos os judeus das sinagogas de Israel, que passaram a encerrar suas orações diárias lançando uma maldição sobre os samaritanos. Cf. A Missão da Igreja, (Missão Editora, Belo Horizonte,1994), pp. 65,6.
Dois fatores principais ocasionaram o encontro de Jesus com a samaritana. O primeiro foi a desconfiança por parte dos fariseus e a conseqüente “tempestade” que começava a se armar (Jo 4.1). Os fariseus viam surgir diante de seus olhos outro profeta como João Batista. É certo que a verdadeira preocupação dos fariseus não era com o batismo de um ou do outro, mas eram as multidões que Jesus arrastava que começava a incomodá-los. A fim de evitar um confronto antes do tempo, o Mestre decidiu deixar a Judéia e partir para a Galiléia (v3).
O segundo fator que ocasionou o encontro está no verso 4: “E era-lhe necessário atravessar a província de Samaria”. Por que era necessário que Jesus passasse por Samaria? Seria por causa das chuvas que transbordavam o rio Jordão, dificultando o caminho costumeiramente seguido pelos judeus que queriam ir até a Galiléia, como sugerem alguns? Acredito que não. Será que o Mestre apenas queria cortar caminho por Samaria para chegar na Galiléia? Muito menos, visto que não era normal um judeu passar por Samaria, seja qual fosse a circunstância.
MacArthur observa:
Os samaritanos representavam uma ofensa tão grande que eles nem queriam por os pés na Samaria. Embora a rota mais curta atravessasse essa província, os judeus nunca usavam esse caminho. Eles tinham a própria trilha, que ia ao norte da Judéia, a leste do Jordão, entrando na Galiléia. Jesus bem poderia ter seguido por essa rota, muito usada, que unia a Judéia à Galiléia.2


A questão era: Jesus necessitava ir por aquele caminho e chegar numa
2. John F. MacArthur, O Evangelho Segundo Jesus, (Editora Fiel, São Paulo, 1991), p. 57.
cidade samaritana de nome Sicar porque “precisava atender a um compromisso divino junto ao poço de Jacó”.3
Não há unanimidade entre os estudiosos quanto ao horário da chegada de nosso Senhor ao poço (v6). João estaria usando o horário judaico (meio dia) ou o horário romano (seis da tarde)? Este detalhe não é tão importante. Basta saber que Jesus chegou na hora certa. Nem antes; nem depois. “Ele estava no local e no tempo indicados por Deus, determinado a fazer a vontade do Pai. Ele estava lá para buscar e salvar uma única, triste e desventurada mulher”.4


II


“Nisto veio uma mulher samaritana tirar água. Disse-lhe Jesus: Dá-me de beber” (Jo 4.7).
“Então lhe disse a mulher samaritana: Como, sendo tu judeu, pedes de beber a mim que sou mulher samaritana...” (Jo 4.9).
Com uma simples petição (dá-me de beber), o nosso Senhor declara que a separação entre os povos em geral, e judeus e samaritanos em particular, estava, de certa forma, com os dias contados. A parede divisória desaparece onde o evangelho se faz presente (cf. Gl 3.28; Ef 2.14).
No simples fato de viajar por Samaria e pedir água à uma samaritana, Jesus estava derrubando barreiras centenárias de preconceito racial. “A ____________
3. MacArthur, op.cit., p. 57.
4. Idem, p. 58
misericórdia de nosso Senhor transpôs as barreiras do ódio nacionalista, como se vê não somente aqui, João 4, mas também em Lc 9.54,55; 17.11-19; e na parábola do Bom Samaritano (Lc 10.25-37)”.5 É interessante observarmos que o encontro de Jesus com a mulher samaritana foi precedido pela ida dos discípulos à cidade de Sicar para comprar alimentos (v8). Mandar os discípulos comprar alimentos foi um santo pretexto do Mestre. Nem tanto para ficar simplesmente sozinho e conversar sossegado com a mulher. Muito menos porque precisasse de comida naquela hora (veja vv31-34). É que as barreiras deveriam ser destruídas em seus discípulos também (cf. Lc 9.51-56).
Embora estivesse verdadeiramente cansado e necessitasse de água (vv6,7), Aquele que pedia tinha muito mais a oferecer. Pedir água àquela mulher fazia parte de uma estratégia evangelística, se é que podemos dizer assim. “À medida que o Grande Evangelista procura ganhá-la, Ele orienta sabiamente a conversa, levando-a de um simples comentário sobre beber água à revelação de que Ele era o Messias”.6 Aquele que pedia água fria estava oferecendo água viva, a saber, a Si mesmo.
Conhecendo a tradição discriminatória, a mulher ficou perplexa com o pedido de Jesus. Nos tempos do Novo Testamento havia uma desigualdade muito grande entre homem e mulher. Nos tempos bíblicos (e em muitos países orientais de hoje) os homens não conversavam com mulheres em público, mesmo sendo suas esposas. Se entre um judeu e um samaritano existiam preconceitos
5. G. Hendriksen, El Evangelio Según San Juan, (SLC, Grand Rapids, 1987), pp. 172,3.
6. MacArthur, op. Cit., p. 56.
profundos, imagine-se entre um judeu e uma samaritana, e uma samaritana de vida imoral! Independente do modo em que vivia uma samaritana, os judeus sempre consideravam-nas em estado de perpétua contaminação. Um judeu preferia morrer de sede a tomar água da mão de um samaritano, muito menos de uma mulher samaritana, sobretudo pecadora. Haja vista a surpresa dos discípulos ao virem Jesus falando com a mulher (v27).
A mulher estava surpresa com o fato de Jesus se dirigir a ela, pedindo água de seu cântaro “impuro”. Mas a impureza não estava no cântaro, e sim, na vida dela. E era aquela vida que o Senhor Jesus queria purificar.
É provável que na mente da samaritana, moldada por uma sociedade culturalmente preconceituosa, passasse também o seguinte pensamento: “Tu és judeu, estás necessitado de água e não podes valer-te. Eu sou mulher samaritana, sou auto-suficiente e, portanto, posso ajudar-te”. Jesus, pois, mostrou que a realidade era completamente outra. A mulher é quem precisava de água de verdade e Ele era a única fonte que podia sacia-la (v10).
Ainda que a mulher samaritana não entendesse à princípio que a verdadeira água viva estava fora e não no fundo do poço, os progressos começavam a aparecer. Ela já não vê Jesus como um simples forasteiro judeu afoito. Agora ela O chama de “senhor” (v11) e não mais “tu” (v9). Os preconceitos sócio-culturais que impregnavam tanto judeus como samaritanos começam a arrefecer da parte dela.
Convém ressaltar, ainda, que a mulher samaritana não era desprezada apenas pelos judeus, mas também pelo seu próprio povo, em razão da vida libertina que levava. A vida dela era um emaranhado de adultérios e divórcios. “Na sociedade de então, isso fazia dela uma pessoa rejeitada e proscrita, com um status social igual ao de uma prostituta comum”.
7Perto de Sicar haviam muitos poços nos quais ela poderia buscar água. “As mulheres costumavam cumprir esta tarefa num horário mais fresco e em grupo, pois era mais seguro e mais cômodo”.8 Entretanto, a condição de vida que levava a obrigava fazer longas caminhadas, sozinha, até o poço de Jacó. Além disso, buscava sua água no horário em que provavelmente não encontraria as suas conhecidas.


O Rev. Miguel Rizzo Jr., ilustre pastor presbiteriano falecido, escreveu um excelente opúsculo entitulado O Cântaro Abandonado, no qual relata o preconceito social sofrido pela mulher samaritana com o seguinte quadro:
“Vivia segregada da sociedade. Possivelmente, no convívio que outrora tivera com suas amigas, percebeu que elas a repeliam. Quantas vezes teria ouvido comentários cortantes de sua conduta!
-Já é o segundo marido, diriam algumas.
Tempos depois seria mais acre o comentário:
-Já é o terceiro marido.
Mas a situação ia piorar ainda:
-Já é o quarto marido.
Quantas ironias acompanhariam, na maledicência social, esses
comentários mordazes! E iam-se tornando mais ferinos:
-Já é o quinto marido.
Na época em que se deram os fatos que comentamos, a crítica provavelmente seria já mais enxovalhante:
-Agora é o sexto marido”.
A imoralidade é uma prática inaceitável. Mas não se pode confundir o pecador com o pecado. A vida leviana daquela mulher era reprovável, porém, havia nela uma alma necessitada de compaixão. Estava socialmente marginalizada e moralmente esfarrapada. E foi assim que Jesus a encontrou e a salvou.


III


“Senhor, disse-lhe a mulher: Vejo que tu és profeta. Nossos pais adoravam neste monte; vós, entretanto, dizeis que em Jerusalém é o lugar onde se deve adorar” (vv 19,20).
Constrangida com a revelação de sua vida de pecado, e aproveitando a capacidade profética de seu interlocutor, a mulher tentou mudar de assunto. Digo “tentou” porque na verdade era Jesus quem conduzia o diálogo. A mulher estava estrategicamente cercada do princípio ao fim da conversa. E a evangelização acabaria na hora exata, com os assuntos devidamente tratados. Não é curioso que os discípulos chegassem exatamente no fim da conversa?


O último obstáculo a ser vencido seria o preconceito religioso. Deste preconceito entre judeus e samaritanos originavam-se todos os preconceitos sócio-culturais. Como observou corretamente A. Gelston: “O ponto principal da discórdia era o templo do monte Gerizim”.Os judeus insistiam que Jerusalém era o único lugar de adoração. A tradição samaritana, por sua vez, dizia que uma longa cadeia de figuras bíblicas, desde Adão até José, conheciam o monte Gerizim como lugar sagrado. Implicitamente, a samaritana estava perguntando: “Quem está certo?”.
A conversa de Jesus com a mulher samaritana passa a girar em torno da verdadeira adoração. “É bastante significante a importância dada ao lugar de culto por uma alma cujos pecados são expostos”.
No decorrer do diálogo muitos sub-temas são abordados, tais como: o lugar da adoração, o tempo da adoração, a busca dos adoradores, o verdadeiro adorador, a quem se deve adorar, o modo correto de se adorar, etc. Não temos espaço para tratar separadamente cada um desses sub-temas. Basta dizer, por enquanto, que Deus só pode ser verdadeiramente adorado, desde que seja verdadeiramente conhecido. Como diz muito bem o Dr. Héber Carlos de Campos em seu comentário de João 4.20-24: “O pressuposto inequívoco para verdadeira adoração é o conhecimento do verdadeiro Deus”.


Nosso Senhor ensinou à samaritana que quem conhece Deus de fato, só pode adorá-lO em espírito e em verdade. Estudiosos da Bíblia têm dado diversas interpretações para a expressão “em espírito e em verdade” de João 4.23,24.13 Parece razoável entendermos que ao estabelecer o modo correto de adorar a Deus, isto é, em espírito e em verdade, Jesus estava criticando o culto judaico e o culto samaritano.
Os samaritanos acreditavam que adoravam o mesmo Deus dos judeus, mas não aceitavam as mesmas Escrituras dos judeus, a não ser os cinco primeiros livros, o Pentateuco de Moisés. Como não aceitavam os demais livros da revelação divina (por acharem que eram invenções dos judeus), o culto dos samaritanos era defeituoso. Por isso Jesus disse à mulher: “Vós adorais o que não conheceis, nós adoramos o que conhecemos, porque a salvação vem dos judeus” (v22).
Os samaritanos adoravam “em espírito”, isto é, adoravam aquele que eles não conheciam “com alegria e verdadeiro entusiasmo”. Mas e daí? Não adoravam “em verdade” porque rejeitavam 34 livros do Velho Testamento, a Bíblia de então. A revelação de Deus nas Escrituras é progressiva; portanto, é impossível conhecê-lO verdadeiramente ficando apenas com os cinco primeiros livros da Bíblia.
Por outro lado, os judeus aceitavam toda Escritura. Por isso conheciam Deus e tinham tudo para adorá-lO corretamente. “Tinham tudo”, mas não o faziam. Os judeus se limitavam à formalidade de um culto onde o espírito não estava presente. Faltavam emoção, vida e alegria no culto judaico.


13. Consulte comentários bíblicos de João 4.23,24.
Contudo, uma nova era estava surgindo para a adoração. Logo, logo tanto judeus como samaritanos compreenderiam que para adorar a Deus o que menos importava era o espaço físico. O que conta “não é onde se deve adorar, mas a atitude do coração e da mente, e a obediência à verdade de Deus quanto ao objeto e o método de adoração.
Não é o onde, mas o como e o quê o que realmente importa”.14 Deus quer homens e mulheres que O adorem com o espírito dos samaritanos e a verdade dos judeus.15
O resultado do encontro de Jesus com a mulher samaritana não poderia ser menos que excelente. A pecadora tornou-se missionária! Extremamente feliz, deixou seu cântaro e correu para anunciar na cidade sua grande descoberta: o Messias chegou! A mulher despertou o interesse dos seus concidadãos de tal modo que conseguiu levá-los a Jesus (vv29,30). Houve uma grande colheita: Muitos samaritanos creram em Cristo Jesus (vv39-42).


IV


São grandes as lições que aprendemos do encontro de Jesus com a mulher samaritana. A começar pelo resultado da conversa, vemos uma mulher outrora desprezada por todos, sendo usada poderosamente por Cristo para influenciar
14. G. Hendriksen, op. cit., pp. 178,9.
15. É importante observar, porém, que os judeus aceitavam todo o VT, tendo a oportunidade de conhecer tudo o que de Deus se podia conhecer “naquela época”. Entretanto, hoje já não é possível dizer que os judeus conhecem verdadeiramente a Deus porque rejeitam a revelação de Deus em Cristo Jesus, conforme nos é ensinado no Novo Testamento.


os moradores de sua cidade. Quão glorioso é Cristo: “Ele ergue do pó o desvalido, e do monturo, o necessitado” (Sl 113.7).
Como esta mulher, existem tantas outras em nossas cidades. Assim como elas, tantos outros se encontram à margem da sociedade, roubados de seus direitos e dignidade. E nós, evangélicos, lamentavelmente somos culpados por boa parte da marginalização do indivíduo pela sociedade, pois fazemos pouco ou nada em mostrar para a sociedade que o homem e a mulher, a criança e o idoso, o deficiente, os proscritos em geral , etc., são valorizados por Cristo e como humanos que são devemos valorizá-los também.
Falhamos em não ver (ou fingimos que não vemos) a pessoa por trás de seus pecados.
Outra lição importante que aprendemos de João 4 são os princípios básicos para uma boa evangelização. Notamos que Jesus conduzia a conversa, utilizando-Se, primeiramente, de Sua sede física para chegar à sede espiritual daquela mulher. Com habilidade o Senhor invalida as tentativas da samaritana de controlar o diálogo, mudar de assunto e perguntar coisas sem importância. Não precisamos conhecer a vida de uma pessoa como Cristo conhece para sermos eficicientes na evangelização. Nossa suficiência está em Cristo e o Espírito Santo nos guiará com triunfo em nossa evangelização.
Mas as lições de evangelismo continuam. Na tentativa de fugir da confrontação, vemos na mulher samaritana o símbolo do pecador em seu estado natural. No “cerco” de Cristo temos o exemplo que devemos seguir na evangelização dos perdidos. Aprendamos com o Mestre a sermos mais sensíveis com os marginalizados e como abordá-los com eficiência.
Não é preciso pressa quando se evangeliza. Este é outro ponto que extraímos de João 4. O importante, como o nosso Senhor ensinou,é que haja progresso. O próprio Jesus revelou pouco a pouco quem Ele era. E em perfeita harmonia com esta revelação gradual, a confissão da mulher também avançou. Primeiro viu Jesus como um simples forasteiro judeu; depois um profeta, que revelou coisas de sua vida particular e, por último, o Messias.
A conversa sobre a verdadeira adoração é uma preciosidade do Novo Testamento. Contudo, ao mesmo tempo que é edificante torna-se preocupante também. Receio que muito do chamado culto cristão de hoje não passe de culto samaritano ou judaico. De um lado temos os entusiastas, mas vazios de conteúdo, de doutrina. Do outro lado temos os experts na Bíblia e na doutrina, mas totalmente frios e sem entuisiasmo e alegria no Senhor. Que Deus nos ajude a oferecermos a Ele a adoração que Lhe é devida.

Evangelho de São João


UM EVANGELHO ORIGINAL
Alguns temas importantes dos Sinópticos não aparecem aqui: a infância de Jesus e as tentações, o sermão da montanha, o ensino em parábolas, as expulsões de demónios, a transfiguração, a instituição da Eucaristia… Por outro lado, só João apresenta as alegorias do bom pastor, da porta, do grão de trigo e da videira, o discurso do pão da vida, o da ceia e a oração sacerdotal, os episódios das bodas de Caná, da ressurreição de Lázaro e do lava-pés, os diálogos com Nicodemos e com a samaritana…
Ao contrário dos Sinópticos, em que toda a vida pública de Jesus se enquadra fundamentalmente na Galileia, numa única viagem a Jerusalém e na breve presença nesta cidade pela Páscoa da Paixão e Morte, no IV Evangelho Jesus actua sobretudo na Judeia e em Jerusalém, onde se encontra pelo menos em três Páscoas diferentes (2,13; 6,4; 11,55; ver 5,1).
vocabulário é reduzido, mas muito expressivo, de forte poder evocativo e profundo simbolismo, com muitas palavras-chave: verdade, luz, vida, amor, glória, mundo, julgamento, hora, testemunho, água, espírito, amar, conhecer, ver, ouvir, testemunhar, manifestar, dar, fazer, julgar...
Mas a grande originalidade de João são os discursos. Nos Sinópticos, estes são pequenas unidades literárias sistematizadas; aqui, longas unidades com um único tema (3,14-16; 4,26; 10,30; 14,6).
estilo é muito característico, desenvolvendo as mesmas ideias de forma concêntrica e crescente. Assim, os temas da “Luz”: 1,4.5.9; 3,19-21; 8,12; 9; 11,9-10; 12,35-36.46; da “Vida”: 1,4; 3,15-16; 5,1-6,71 (desenvolvimento); 10,10.17-18.28; 11,25-26; 12,25.50; da “Hora”: 2,4; 5,25.28; 7,30; 8,20; 12,23.
Tem um carácter dramático. Depois de tantos anos, Jesus continua a ser rejeitado pelo seu próprio povo (1,11) e os judeus cristãos a serem hostilizados pelos judeus incrédulos (9,22.34; 12,42; 16,2). O homem aceita a oferta divina e tem a vida eterna, ou a rejeita e sofre a condenação definitiva (3,36).
Apesar disso, todo o Evangelho respira serenidade e vai ao ponto de transformar as dúvidas em confissões de fé (4,19.25; 6,68-69), os escárnios em aclamações (19,3.14) e a infâmia da cruz num trono de glória (3,14; 8,28; 12,32). Para isso, o evangelista serve-se dos recursos literários da ironia (3,10; 4,12; 18,28), do mal-entendido (2,19.22; 3,3; 4,10.31-34; 6,41-42.51; 7,33-36; 8,21-22.31-33.51-53.56-58), das antíteses (luz-trevas, verdade-mentira, vida-morte, salvação-condenação, celeste-terreno) e das expressões com dois sentidos: do alto ou de novo (3,3), pneuma (3,8), no sentido de vento e espírito, erguer para significar crucificar e exaltar, ver no sentido físico e espiritual, água viva, etc..
Outra característica é o simbolismo, que pertence à própria estrutura deste Evangelho, organizado para revelar tudo o que nele se relata: milagres, diálogos e discursos. Assim, os milagres são chamados “sinais”, porque revelam a identidade de Jesus, a sua glória, o seu ser divino e o seu poder salvador, como pão (6), luz (9), vida e ressurreição (11), em ordem a crer nele; outras vezes são “obras do Pai”, mas que o Filho também faz (5,19-20.36).

COMPOSIÇÃO E AUTOR
Embora seja evidente a unidade da obra e o seu fio condutor, notam-se algumas pequenas irregularidades. A mais surpreendente é uma dupla conclusão (20,30-31; 21,24-25); o capítulo 16 parece uma repetição do 14; em 14,31 Jesus manda sair do lugar da ceia e só em 18,1 é que de facto saem... Isto leva a pensar que a obra não foi redigida de uma só vez.
Este Evangelho tem na base uma testemunha ocular «que dá testemunho destas coisas e que as escreveu» (21,24; ver 19,35). O autor esconde-se atrás de um singular epíteto: «O discípulo que Jesus amava» (13,23; 19,26; 20,2; 21,24; ver 1,35-39; 18,15). A tradição, a partir de Santo Ireneu, é unânime em atribuir o IV Evangelho a João, irmão de Tiago e filho de Zebedeu, um dos Doze Apóstolos.
A análise interna deixa ver que o autor era judeu e tinha convivido com Jesus. Não constitui problema para a autoria joanina o facto de João ser um pescador, iletrado; então, era corrente não ser o próprio autor a escrever a sua obra. Também é provável que um grupo de discípulos interviesse na redacção, sob a sua orientação e autoridade; daí a primeira pessoa do plural «nós», que por vezes aparece (3,11; 21,24).
Foi este o último Evangelho a ser publicado, entre o ano 90 e 100. Não pode ser uma obra tardia do século II, como pretendeu a crítica liberal do século passado; a sua utilização por Santo Inácio de Antioquia, martirizado em 107, e a publicação em 1935 do papiro de Rylands, datado de cerca do ano 120, desautorizou tal pretensão.
Tem-se discutido muito acerca do meio cultural de que depende; mas devemos ter em conta a sua grande originalidade e a afinidade com o pensamento paulino das Cartas do cativeiro. Os discursos de auto-revelação, que não aparecem em toda a Bíblia, não procedem dos escritos gnósticos e mandeus (parece serem estes que imitam João); têm raízes no Antigo Testamento, sobretudo nos livros sapienciais, onde a Sabedoria personificada se auto-revela falando na primeira pessoa (Pr 8,12-31; Sb 6,12-21).

VALOR HISTÓRICO
Chamar “sinais” aos milagres é indicar que se trata de factos significativos e não de meros símbolos. Com efeito, o próprio Jesus se proclama testemunha da verdade (18,37) e o texto apoia-se numa testemunha ocular. É um testemunho que não se confina a meros acontecimentos históricos, pois tem como objecto a fé na pessoa e na obra salvadora de Jesus; mas brota de acontecimentos vistos por essa testemunha (19,35; 20,8; 21,24).
Ao incluir alguns termos aramaicos e uma sintaxe semita, mostra que é um escrito ligado à primitiva tradição oral palestinense. Por outro lado, os muitos pormenores relativos às instituições judaicas, à cronologia e geografia, provam o rigor da informação, às vezes confirmada por descobertas arqueológicas. Sem as informações de João, não se poderiam entender correctamente os dados dos Sinópticos.
Se fosse apenas uma obra teológica, o autor não teria o cuidado constante de ligar o relato às condições reais da vida de Jesus. Uma contraprova do seu valor histórico: quando não possui dados certos, não inventa. Assim, no período anterior à Encarnação, fala da preexistência do Verbo, mas nada diz da sua vida no seio do Pai, como seria de esperar.

DIVISÃO E CONTEÚDO
A concepção desta obra obedece a uma linha de pensamento teológico coerente e unificadora. Face aos vários esquemas propostos, limitamo-nos a assinalar as unidades do conjunto para deixar ver um pouco da sua riqueza e profundidade:
Prólogo (1,1-18): uma solene abertura, que anuncia as ideias mestras.
I. Manifestação de Jesus ao mundo (1,19-12,50), como Messias, Filho de Deus, através de sinais, discursos e encontros. Distinguem-se aqui cinco grandes secções:
1. Primeiro ciclo da manifestação de Jesus: 1,19-4,54. Semana inaugural.
2. Jesus revela a sua divindade: Ele é «o Filho», igual ao Pai: 5,1-47
3. Jesus é «o Pão da Vida»: 6,1-71.
4. Jesus é «a luz do mundo»: grandes declarações messiânicas por ocasião das festas das Tendas e da Dedicação: 7,1-10,42.
5. Jesus é «a vida» do mundo: 11,1-12,50.
II. Revelação de Jesus aos seus (13,1-21,25): manifestação a todos como Messias e Filho de Deus através do “Grande Sinal”, por ocasião da sua Páscoa definitiva.
6. A Última Ceia: 13,1-17,26.
7. Paixão, Morte e Ressurreição de Jesus: 18,1-20,29.
Epílogo (20,30-21,25): dupla conclusão. Aparição na Galileia.

OBJECTIVO E TEOLOGIA
Este Evangelho propõe-se confirmar na fé em Jesus, como Messias e Filho de Deus (20,30-31). Destina-se aos cristãos, na sua maioria vindos do paganismo (pois explica as palavras e costumes hebraicos), mas também em parte vindos do judaísmo, com dificuldades acerca da condição divina de Jesus e com apego exagerado às instituições religiosas judaicas que se apresentam como superadas (1,26-27; 2,19-22; 7,37-39; 19,36). Sem polemizar contra os gnósticos docetas, que negavam ter Jesus vindo em carne mortal (1 Jo 4,2-3; 5,6-7), João não deixa de sublinhar o realismo da humanidade de Jesus (1,14; 6,53-54; 19,34). Por outro lado, é um premente apelo à unidade (10,16; 11,52; 17,21-24; 19,23) e ao amor fraterno entre todos os fiéis (13,13.15.31-35; 15,12-13).
João pretende dar-nos a chave da compreensão do mistério da pessoa e da obra salvadora de Jesus, sobretudo através do recurso constante às Escrituras: «Investigai as Escrituras (...): são elas que dão testemunho a meu favor» (5,39). Embora seja o Evangelho com menos citações explícitas do Antigo Testamento, é aquele que o tem mais presente, procurando, das mais diversas maneiras (por métodos deráchicos), extrair-lhe toda a riqueza e profundidade de sentido em favor de Jesus como Messias e Filho de Deus, que cumpre tudo o que acerca dele estava anunciado por palavras e figuras (19,28.30).
Além destes temas fundamentais da fé e do amor, João contém a revelação mais completa dos mistérios da Santíssima Trindade e da Encarnação do Verbo, o Filho no seio do Pai, o Filho Unigénito, que nos torna filhos (adoptivos) de Deus; a doutrina sobre a Igreja (10,1-18; 15,1-17; 21,15-17) e os Sacramentos (3,1-8; 6,51-59; 20,22-23) e sobre o papel de Maria, a “mulher”, nova Eva, Mãe da nova humanidade resgatada (2,1-5; 19,25-27).
Se quiser saber mais faça contato: Nextel  (19) 78307305  ID-37*112549